Para 2023, a expectativa do setor produtivo de Santa Catarina é de recuperação da economia no mercado interno para que o produtor possa garantir remuneração, possibilidade de redução de juros, equidade no custeio agrícola e ampliação nas exportações.

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A projeção dos catarinenses é de um ano com mais possibilidades de investimentos em novas tecnologias, desenvolvimento técnico-científico e, principalmente, de fomento na produção de proteína animal. O quadro de exportações da cadeia produtiva de carne suína se apresenta com projeção de alta para 2023, com o estado estimando um incremento de 10% nos embarques a partir da abertura do mercado mexicano.

“A gente espera que seja um ano mais exportador. Quando a gente compara o Brasil, foram perdidos 14 mil toneladas de exportação até novembro, mas Santa Catarina ampliou em 18 mil toneladas as exportações com relação ao mesmo período do ano passado. Agora com o México também, que vem comprar a carne suína, nós acreditamos ampliar ainda mais nas exportações”, diz o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio Luiz de Lorenzi.

Segmento de grãos

safra paulista de grãos, projeto

Foto: Freepik

Na cadeia produtiva de grãos, para o ciclo 2022/23 a estimativa de Santa Catarina é de produção de 6,7 milhões de toneladas, alta prevista de 21% em relação à temporada anterior, que deve fechar em 5,3 milhões de toneladas. A escala de produção de grãos vêm avançando no estado, mas entidades do setor esperam que para o ano que está chegando, as condições de crédito para subsidiar custos e investimentos sejam mais compatíveis com a realidade da atividade.

“Que esses produtores também possam lá no final fechar suas contas em positivo para que não venham cada vez mais desanimar como têm desanimado muitos produtores catarinenses e desistindo das atividades. Mas o modelo que nós temos aqui de cooperativas aqui em Santa Catarina tornam os pequenos grandes produtores, então a nossa meta é que para o ano que vem todos possam fazer os seus balanços e ter saldos positivos”, afirma o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri.

Epagri quer evolução tecnológica no setor produtivo

Agtechs

Foto: Reprodução/Freepik

A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) defende a evolução na pesquisa e do avanço da tecnificação para 2023. Soluções que colaborem para a gestão e melhorem o desempenho operacional e produtivo da propriedade.

“Conhecendo o status que nós estamos em cada uma das cadeias produtivas fica mais fácil o planejamento. Nós temos que cada vez mais nos profissionalizar na agricultura. Primeiro sabendo onde que estamos, depois aonde queremos chegar e fazer o planejamento e a gestão das propriedades para que de fato a gente tenha uma produção de qualidade, mas também com rentabilidade no bolso do agricultor”, diz a presidente da Epagri, Edilene Steinwandter.

Expectativas da agricultura familiar

Agricultura familiar

O segmento da agricultura familiar catarinense espera que a disponibilização de crédito para o próximo Plano Safra seja mais robusto para os pequenos produtores. O segmento também torce para que o clima venha mais favorável em 2023 e, assim, seja bom para o desenvolvimento das safras.

“Esperamos que o clima contribua porque nós temos um desequilíbrio tremendo no clima brasileiro e Santa Catarina não é diferente. Esperamos que nossos governantes façam investimentos nas políticas certas, como é o caso da infraestrutura, do crédito e das políticas públicas. Esperamos que o mercado também se comporte de uma forma que nos dê uma certa tranquilidade, que a gente possa continuar vendendo os nossos produtos como vendemos até aqui”, afirma o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc), José Walter Dresh.

O produtor rural de Santa Catarina também almeja um cenário mais positivo para 2023 com valorização dos preços. Isso para estabelecer compensação, equivalência na compra de insumos e, dessa forma, gerar mais investimentos e renda nos negócios.

“O grande gargalo nosso do agro são os insumos. Nunca tivemos diesel mais caro que a gasolina, e a gente gasta, o agro anda em cima do diesel. Esses juros da Selic complicam bastante o produtor. E também há a expectativa de que tenhamos um 2023 com clima mais estável”, diz o produtor rural José Araújo.

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